Anúncios
O general da reserva do Exército Fernando Azevedo, que comandou o Ministério da Defesa de Bolsonaro até março deste ano, vai assumir em fevereiro do ano que vem o posto de novo diretor-geral do TSE, após ser convidado para a função. Ele já aceitou o convite, segundo informações da revista Veja.
Anúncios
Se trata de uma notícia que vem sendo vista como motivo de comemoração por alguns aliados do governo nas redes sociais, pois o cargo é uma espécie de “gerente” da Corte Eleitoral, com a missão de cuidar de licitações e lidar com questões administrativas, além de ter sob o seu guarda-chuva a secretaria de tecnologia, responsável por desenvolver softwares utilizados pelo próprio tribunal.
Isso porque, a presença de um militar que já integrou o governo Bolsonaro sinaliza motivo de confiança na lisura do processo eleitoral em 2022, algo que vai ao encontro do que o próprio presidente da República vem declarando nos últimos meses, ao anunciar a participação das Forças Armadas em “todas as fases” das eleições.
Anúncios
A chegada de Azevedo coincide com o início da gestão do ministro Edson Fachin, que vai presidir o TSE daqui a dois meses. O general vai seguir no cargo durante as eleições, quando a Corte será comandada pelo ministro Alexandre de Moraes — o nome foi acertado entre os dois magistrados.
Moraes deverá ter na sua equipe um outro ex-ministro do governo Bolsonaro, o ex-advogado-geral da União José Levi, que se desentendeu com o presidente da República por conta de uma ação contra o toque de recolher imposto por Estados para frear o avanço da pandemia.
Levi, no entanto, só assumirá a secretaria-geral do TSE com a chegada de Moraes na presidência, em agosto do ano que vem. Os dois já trabalharam juntos no Ministério da Justiça e Segurança Pública durante o governo Temer.
O lado da desconfiança
A notícia quanto Azevedo, contudo, também é vista com desconfiança por alguns apoiadores do governo. Isso porque, Azevedo também já foi assessor especial do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a gestão do presidente Dias Toffoli.
Na época, o magistrado buscava estreitar as relações com as Forças Armadas em meio à onda bolsonarista que tomou conta do país, motivo pelo qual a assessoria do militar se tornou fundamental.
Críticos de Azevedo também associam a sua figura a do também general Santa Cruz, que também integrou o governo Bolsonaro, mas saiu após dissidências e hoje é aliado do ex-ministro Sérgio Moro.
Aparentemente, o convite feito pelos ministros do TSE visa reforçar a tese de que a escolha de um militar para um cargo tão importante poderá mitigar a possibilidade de críticas às urnas eletrônicas em 2022, ao mesmo tempo em que se trata de alguém aparentemente mais imparcial em relação ao bolsonarismo.
Em agosto de 2018, na condição de chefe do Estado Maior do Exército, o general Azevedo pregou “tolerância” e “conciliação” nas eleições que acabaram vencidas por Bolsonaro. Para o ex-ministro da Defesa, o voto é a arma “mais poderosa e legítima da democracia, para começar a superar a crise profunda em que estamos mergulhados”. Com informações: Veja