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O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), teve um áudio vazado onde ele faz críticas alarmantes sobre a atuação de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o militar, “dois ou três” deles estariam “tentando esticar a corda até arrebentar”.
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“Temos um dos Poderes que resolveu assumir uma hegemonia que não lhe pertence, não é, não pode fazer isso, está tentando esticar a corda até arrebentar. Nós estamos assistindo a isso diariamente, principalmente da parte de dois ou três ministros do STF”, disse Heleno, sem citar nomes.
A declaração do general ocorreu durante a formatura do Curso de Aperfeiçoamento e Inteligência para agentes já em atividade na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ocorrida na terça-feira (14). Na ocasião, ele fez alusão ao uso de ansiolíticos para exemplificar a necessidade de se manter calmo, a fim de não incitar o presidente Jair Bolsonaro a tomar decisões ‘drásticas’.
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“Eu, particularmente, que sou o responsável, entre aspas, por manter o presidente informado, eu tenho que tomar dois Lexotan na veia por dia para não levar o presidente a tomar uma atitude mais drástica em relação às atitudes que são tomadas por esse STF que está aí”, afirmou Heleno.
Ainda na mesma reunião, o general da reserva também externou a sua preocupação em relação à segurança de Bolsonaro em 2022, apontando o elevado risco de um novo atentado contra a sua vida, a exemplo do que ocorreu em 2018, quando o então candidato foi esfaqueado durante um ato eleitoral em Juiz de Fora, Minas Gerais.
“Tenho uma preocupação muito grande com esse 2022, porque acho também que uma medida muito simples para mudar, em dez segundos, 20 segundos, totalmente o panorama brasileiro. Um atentado ao presidente da República bem-sucedido modifica totalmente a história do Brasil. Tenho plena consciência disso”, afirmou Heleno na formatura da Abin.
As declarações de Heleno foram vazadas pelo portal Metrópoles, uma vez que a reunião da Abin foi fechada apenas para os participantes. Não se sabe, contudo, quem teria feito e repassado a gravação à mídia.
Em todo caso, o fato revela que a tensão entre os poderes Executivo e Judiciário permanece, podendo ser elevada após a divulgação desse conteúdo. O presidente Jair Bolsonaro tem se mantido na defensiva desde o último 7 de setembro, mas no último mês já vem dando sinais de que a sua paciência em relação ao que considera abusos de alguns ministros parece estar se esgotando.